domingo, 29 de janeiro de 2012

Linda semana !!!!


!

" Eu aprendi que nao importa quanta seriedade a vida exija de voce, cada um de nos precisa de um amigo brincalhão para se divertir junto".

Já sabe de quem é,né.... dele mesmo, William ShaKespeare. 

Pronto... agora me vou. hehehe

Linda e super abençoada semana prá todo mundo !!!


\o/ Beijinhos ... beijinhos \o/


domingo, 22 de janeiro de 2012

A Armadilha das Noções


O Buda contou uma parábola interessante em relação às idéias e noções. Um jovem comerciante ao voltar pra casa viu que ela foi atacada e incendiada por bandidos. No que seria o lado de fora da casa destruída, havia um pequeno corpo carbonizado. Ele pensou logo que aquele corpo pertencia a seu filho. Ele não sabia que, na verdade, seu filho estava vivo e nem que, após incendiarem a casa os bandidos levaram-no junto com eles. Naquele estado de confusão o jovem comerciante acreditou que o corpo que ele estava vendo era o de seu filho. Então, ele chorou, bateu no peito e arrancou os cabelos lamentando sua perda – e assim preparou a cerimônia de cremação.

Esse homem amava muito esse filho, era a sua razão de viver. Tanto que, mesmo depois da cremação, ele não conseguia abandonar as suas cinzas nem só por um momento. Mandou fazer uma bolsa de veludo, pôs as cinzas dentro e a carregava dia e noite. Mesmo trabalhando ele não se separava delas. Ma s eis que, uma noite, seu filho conseguiu fugir dos bandidos e voltou para casa reconstruída. Às duas horas da manhã ele bateu na porta muito feliz por estar de volta. O pai acordou e ainda segurando a bolsa com as cinzas perguntou: “Quem está aí?”.

“Sou eu. Seu filho!” Disse o garoto atrás da porta.

“Você, seu teimoso, não é meu filho. Ele morreu três meses atrás. Eu carrego as suas cinzas aqui comigo”.

O garotinho continuou ainda por um tempo a gritar e a bater na porta, mas seu pai continuou se recusando a deixá-lo entrar. O homem estava firmemente agarrado à idéia de que seu filho já estava morto e que esse outro menino era uma pessoa sem coração que veio somente para atormentá-lo. Finalmente, o menino desistiu e foi embora e o pai perdeu o filho para sempre.

O Buda costumava dizer que se você se deixar apanhar por uma idéia e passa a considerá-la como “a verdade”, você perderá a chance de conhecer a verdade. Mesmo se a própria verdade em pessoa vier e bater à sua porta, você se recusará a abrir a sua mente. Portanto, se você estiver comprometido com uma idéia acerca da verdade ou acerca das condiçõs necessárias para a sua felicidade, tome cuidado. O Primeiro Treinamento da Plena Consciência é justamente sobre sermos livres dos pontos de vista:

“Cientes do sofrimento causado pelo fanatismo e pela intolerância, nós estamos determinados a não sermos idólatras e a não nos apegarmos a nenhuma doutrina, teoria ou ideologia, mesmo que seja de origem budista. Os ensinamentos do budismo são um guia para nos ajudar a olhar profundamente a realidade e para desenvolver nossa compreensão e nossa solidariedade, e não uma doutrina em nome da qual devamos combater, matar ou morrer”.

Esta é uma prática que ajuda a nos libertar da tendência a sermos dogmáticos. Nosso mundo sofre já bastante por causa das atitudes dogmáticas. O primeiro treinamento da plena da consciência é importante por que nos ajuda a permanecer pessoas livres. Liberdade é, acima de tudo, liberdade de nossas próprias noções e conceitos.
Ao permanecermos enredados em nossas noções e conceitos, faremos sofrer a nós mesmos e mesmo àqueles a quem amamos.

"O Guardador de Rebanhos"-

..."Hoje vive na minha aldeia comigo.
É uma criança bonita de riso e natural.
Limpa o nariz ao braço direito,
Chapinha nas poças de água,
Colhe as flores e gosta delas e esquece-as.
Atira pedra aos burros,
Rouba a fruta dos pomares
E foge a chorar e a gritar dos cães."...

..."A mim ensinou-me tudo.
Ensinou-me a olhar para as coisas.
Aponta-me todas as coisas que há nas flores.
Mostra-me como as pedras são engraçadas
Quando a gente as tem na mão
E olha devagar para elas"...

..."E a criança tão humana que é divina
É esta minha cotidiana vida de poeta,
e é porque ele anda sempre comigo que eu sou poeta sempre,
E que meu mínimo olhar
Me enche de sensação,
E o mais pequeno som, seja do que for,
Parece falar comigo.

A Criança Nova que habita onde vivo
Dá-me uma mão a mim
E a outra a tudo que existe
E assim vamos os três pelo caminho que houver,
saltando e cantando e rindo
E gozando o nosso segredo comum
Que é o de saber por toda a parte
Que não há mistério no mundo
E que tudo vale a pena"...

..."Ele dorme dentro da minha alma
E às vezes acorda de noite
E brinca com os meus sonhos."...

Trechos do poema "O Guardador de Rebanhos"- Fernando Pessoa.
Fraqueza ou Força?